O socialismo cubano está definhando desde o fim da URSS, isto é fato e não há como negar. Da mesma forma não é possível negar o grande avanço na educação e na saúde (inclusive o que se refere à mortalidade infantil) alcançado pela ilha de Fidel e, que grande parte das mazelas desse país são provocadas (ou, no mínimo, potencializadas) pelo bloqueio econômico imposto pelos EUA. Todo o resto (que se refere à política) depende do ponto de vista e das paixões de quem discute.
A blogueira cubana Yoani Sanches é festejada por políticos de "direita", ao mesmo tempo em que é acusada de ser "vendida", além de salpicar seu discurso com incoerência e contradição, pelos plantonistas da "esquerda".
Acredito que nenhum discurso, que pretenda ser humanista, possa criticar ou defender a Revolução Cubana sem escorregar em contradições.
Qualquer discurso que marque posição, ainda mais quando há envolvimento pessoal, acaba sendo (e muitas vezes precisa ser) radical na oposição ao que existe (ou ao que se quer evitar), mesmo que, para quem esteja fora do conflito, seja possível enxergar possibilidade de ponderação ou de conciliação com as abordagens propostas pelos dois lados.
Abaixo um trecho do Roda Viva (da TV Cultura) com a entrevista com a Yoani. Eu destaco a pergunta que se inicia a 16'33":
Qualquer que seja a pergunta num tema como esse, a impressão que tenho é que a resposta é: "a grama do vizinho é mais verde" (variando, claro, o vizinho. Às vezes o da direita e outras vezes o da esquerda...).
Antes de me posicionar, quero deixar bem claro que não sou contra o direto dessa Yoani de criticar o “regime” cubano, apesar de fortes indícios mostrarem que esta seja bancada por agências norte-americanas (contrárias ao sistema do governo cubano), e também nesse possível apoio eu aponto um grave problema diplomático, pois imagine o governo cubano bancando a candidatura de algum político norte-americano crítico do liberalismo, será que os ianques iriam aceitar o fato com naturalidade?
ResponderExcluirNo entanto, eu vejo o problema de uma maneira diferente, como ela mesma afirmou não representar a maioria da população cubana, onde boa parte é a favor do sistema ou indiferente, e apesar disso ela ainda possui o direito de se manifestar contrária ao governo. Só encaro como tolice quando alguém de fora, muita vezes de forma pretensiosa, que cegamente acredita estar no direito de ditar o que é melhor para o povo cubano (venezuelano, boliviano, iraniano, etc), obviamente existem exceções, como exemplo, o regime socialista lunático da Coreia do Norte, onde é visivelmente um sistema falido que gera um enorme sofrimento para a população que não faz parte da elite estatal.
Porém, até hoje não vi alguém apontar argumentos concretos de tais atrocidades em Cuba, pelo menos nas últimas décadas. Então por qual motivo odiar tanto um regime socialista que os próprios críticos julgam falido? É apenas uma vaidade dos reacionários em não querer assumir alguns benefícios de um sistema com raízes marxistas, e todos sabem que o modelo cubano não é perfeito em sua totalidade, mas também não é o inferno apontado pelos reacionários elitistas.
Fiquei um pouco com preguiça de ler o comentário do professora Manuel, mas se houver alguma repetição, não ligue!!!!!! E também quero deixar claro que é só minha opinião e pode ser que não seja tão válida pra vocês...
ResponderExcluirEu só estou aqui pra falar sobre um trecho do texto, que o professor escreveu e que eu fiquei pensativo. "[...] Grande parte das mazelas desse país são provocadas (ou, no mínimo, potencializadas) pelo bloqueio econômico imposto pelos EUA [...]". Só que isso me faz pensar em uma coisa, porque eu acho que pode sim ser apenas um pretexto, isto de bloqueio continental, para que o governo castro consiga driblar a própria população afirmando que todas as deficiências do Estado, são por causa do bloqueio. Isso pra mim fica mais claro, quando na entrada de Obama na presidência, foi oferecido a abertura do bloqueio e Castro negou a necessidade do mesmo.