18 de ago. de 2014

Milan Kundera / Fernando Pessoa - Os riscos da vida.


"A VERTIGEM  NÃO É O MEDO DE CAIR, É OUTRA COISA. É A VOZ DO VAZIO EMBAIXO DE NÓS, QUE NOS ATRAI E NOS ENVOLVE, É O DESEJO DA QUEDA DO QUAL LOGO NOS DEFENDEMOS ATERRORIZADOS."

A definição que Kundera deu para a vertigem explica muito a respeito dos vícios (e das "burradas") que as pessoas cultivam.

Sobre o tema, vale a leitura de uma fábula de La Fontaine:
http://www.jj.com.br/noticias-512-historias-de-la-fontaine-para-fazer-a-cabeca

Um dos aforismas mais conhecidos do filósofo alemão Friedrich Nietzsche é:
"Quem luta com monstros deve ter cuidado para que , ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti."

Para terminar, a poesia de Fernando Pessoa (apesar de que caberia também um verso de "Mar Português"):

NAVEGAR É PRECISO
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:    
"Navegar é preciso;  viver não é preciso".  

Quero para mim o espírito [d]esta frase,    
transformada a forma para a casar como eu sou:  

Viver não é necessário;  o que é necessário é criar.   
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.   
Só quero torná-la grande,    
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.  

Só quero torná-la de toda a humanidade;    
ainda que para isso tenha de a perder como minha.   
Cada vez mais assim penso.  

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue    
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir   
para a evolução da humanidade.  

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.  

Um comentário:

  1. Tenho vertigens descobri aos 18. Achei o texto um pouco surrealista, e abstrato. Considero a vertigem um sintoma de pouca relevância.

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