5 de mar. de 2017

Apostas e seguros.

O post anterior é uma crítica à uma "propagandinha" realizada no texto "Entenda a fascinante relação entre apostas e a origem da bilionária indústria dos seguros"  da BBC.
Critica à parte, é um texto muito bacana para pensarmos um pouco mais a respeito de apostas/seguros/produção.
Nele, o autor, Tim Harford, explica a origem dos seguros e mostra como um seguro é, na verdade, uma aposta. Uma aposta que vai contra o desejo do segurado. O agricultor, por exemplo, quer que sua produção seja excepcional, mas corre o risco de que acontece algum imprevisto e ele, então, ficaria num prejuízo que inviabilizaria a continuidade da produção. A solução é, então, apostar no imprevisto, para que se ele ocorrer, o trabalho posterior possa ocorrer. Se não ocorre o imprevisto, por outro lado, a seguradora ganha e pode continuar a existir.
E como toda banca (de jogos), as seguradoras querem ganhar, e ganhar muito. Por isso o melhor que poderia acontecer é que os governos administrassem os seguros (aposentadoria, saúde, agricultura, etc.).
No fim das contas os seguros funcionam como uma faca de dois gumes. Se não há seguro, há incerteza e a economia tende a andar mais devagar. Mas se o negócio de seguros foi exagerado, como no que acabou provocando a crise imobiliária americana de 2008 (em que o valor de todos os seguros era maior do que o valor real da economia), mais cedo ou mais tarde a economia real não conseguira sustentar o castelo de areia erguido pelos derivativos (quando, por exemplo há venda de seguro ou promessa de pagamento de juros em razão de um seguro anterior ou financiamento anterior) e os prejuízos acabam sendo partilhados por toda a sociedade, mesmo aqueles que não fizeram apostas.

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