25 de ago. de 2015

Fahrenheit 451 - Ray Bradbury


Fahrenheit 451 é um livro que foi capaz de provocar, em mim, uma estranha reflexão sobre como formamos imagens mentais acerca de uma história narrada apenas com palavras.
Se ao ler outros livros, criava imagens complexas, como que pintadas por um gênio dos pinceis, ao ler a história do bombeiro Guy Montag, tive a impressão de ter visto os garranchos de uma criança em idade pré-escolar.
Isso se refere mais à ambientação e à maneira como acontece a passagem de uma cena a outra. Em que pese a parte final do livro, depois que Montag foge da casa de seu mentor, Faber, melhora muito nesse sentido.
O livro também me causou irritação em relação ao tipo psicológico dos principais personagens (Montag, principalmente, e Beatty, o chefe dos bombeiros). Além de contar com muitas "reflexões", que a meu ver são (ouu estão) batidas (mas aí a culpa pode ser minha, por viver onde vivo - mas se isso for verdade, o livro é um livro "datado", ou seja, que não merece ser posto entre os clássicos).
De fato eu gostei de uma cena, que me causou angústia, quando Montag está sendo vigiado por Beatty (ou pelo Sabujo - um cão androide (?)) enquanto tenta absorver o máximo dos livros proibidos ou escondê-los em segurança. Gostei também das citações de Alexander Pope e da parte final, quando senti que estava sendo aquecido pelo fogo, junto aos "homens-livros".
Certamente é um livro que tem valor para quem ainda não refletiu sobre democracia, o papel das minorias, liberdade de expressão e a vulgarização da cultura, mas dificilmente eu indicarei.

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